A UNEB, por meio do Centro de Estudos de Gênero, Raça, Etnia, Sexualidades (Diadorim), realiza a 15ª edição da Campanha 16 dias de ativismo na UNEB pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
A programação, que teve início no último dia 11 de novembro segue com atividades até o dia 18 de dezembro. Devido à pandemia, as ações serão realizadas por mediação tecnológica no Google Meet e nos canais da UNEB e do Diadorim, no YouTube.
Os interessados podem realizar inscrição no site www.sge.uneb.br.
Coordenada pelas professoras Eide Paiva e Amélia Maraux, a campanha é um projeto de extensão situado no campo dos estudos feministas, que investe no diálogo entre a universidade, movimentos sociais e o Estado como estratégia política e metodológica para avaliar as conquistas das lutas feministas, os avanços nas políticas públicas e refletir experiências de enfrentamento à violência e a conjuntura política, social e econômica produtora de múltiplas faces da violência contra as mulheres.
Campanha 16 dias de ativismo na UNEB pelo Fim da Violência contra as Mulheres é realizada em parceria com o Grupo Formação, Experiência, Linguagens (FEL), o Grupo de Pesquisa em Gênero, Raça, Cultura e Sociedade (Candaces) e a Liga Brasileira de Lésbicas (LBL).
Mobilização internacional
“16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres” é uma mobilização internacional, iniciada em 1991, em mais de 130 países, pelo Instituto de Liderança Global das Mulheres. A iniciativa reúne pessoas e organizações para o engajamento na prevenção e eliminação da violência contra mulheres e meninas.
Estabelecendo relação entre violência contra mulher e violação dos direitos humanos, essa mobilização busca promover o fortalecimento da auto estima e o empoderamento feminino como condição para superação da violência.
No cenário internacional, a campanha inicia dia 25 de novembro, Dia internacional de Não Violência contra as Mulheres, e encerra dia 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. Esse período incorpora outras datas representativas das lutas feministas pelo fim da violência contra mulheres e meninas e promoção dos direitos humanos, como 1º de dezembro, Dia Mundial de Combate à AIDS (1º de dezembro) e Dia de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres (6 de dezembro).
No Brasil, o Dia da Consciência Negra (20 de novembro), foi incorporado à campanha em reconhecimento do racismo como uma violência estrutural que afeta a vida das mulheres negras e de toda a sociedade. No atual cenário pandêmico, a campanha se incorpora a luta dos movimentos sociais no Brasil contra o fascismo, denunciando a violência institucional que afeta a vida das populações negras, indígenas, quilombolas e LGBTI+.
Violência em números
A violência em números 2019, publicada pelo 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, com dados referentes a 2018, aponta crescimento de 11,3% dos casos de feminicídio, sendo as mulheres negras as maiores vítimas (61%). O ápice da mortalidade se dá aos 30 anos.
A violência doméstica teve crescimento de 0,8%, sendo um registro a cada dois minutos. A violência sexual teve o maior índice registrado: 66.041. A cartografia dos estupros no Brasil é estarrecedora. A cada 100 estupros no país, 63.8% são contra vulneráveis, quatro meninas de até 13 anos são estupradas por hora.
Em 2020, a mesma fonte indica que a cada oito minutos uma pessoa é estuprada. Entre as vítimas 85,7% foram registradas como “sexo feminino”. No primeiro semestre de 2020, o número de homicídios dolosos de mulheres e feminicídios em comparação com 2019 também aumentaram.
Os dados mostram ainda que, nos primeiros dez meses de 2020, foram registrados 151 assassinatos de travestis e mulheres trans, principalmente aquelas racialmente negras.
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Desde 2006, o Diadorim realiza a Campanha 16 dias de Ativismo na UNEB pelo fim da Violência contra as Mulheres em diferentes campi e espaços públicos, sempre envolvendo a comunidade acadêmica e os movimentos sociais na concepção, organização e execução do projeto, que se apresenta como um movimento político de enfrentamento ao androcentrismo da ciência, ao sexismo, racismo, lesbofobia, transfobia, bifobia dentre outras expressões das múltiplas violências que afetam os corpos e ceifam a vida das mulheres em sua diversidade.
Informações: www.sge.uneb.br