Um grupo de docentes e discentes do curso de Geografia do Campus XI da UNEB, em Serrinha, vem desenvolvendo um projeto de monitoramento, análise e divulgação da evolução da pandemia do novo coronavírus no Território do Sisal.
Iniciativa do Laboratório de Cartografia Digital e Sensoriamento Remoto (Lacard) e do Grupo de Pesquisa Ambiente e Paisagem (Gasp), vinculados ao Departamento de Educação (DEDC) do campus, o projeto conta com a parceria da direção do departamento, do colegiado do curso e do Comitê Popular Solidário de Serrinha.
Um dos produtos já publicados pelo grupo é o boletim Geoinforme, que em seu primeiro volume traz informações sobre a evolução da doença e sua distribuição espacial nos 20 municípios do território.
Na introdução do boletim, os autores afirmam que “a finalidade do estudo é acompanhar e apresentar à comunidade acadêmica, bem como à sociedade, a extensão da problemática que, sem dúvidas, modificou a dinâmica territorial e socioeconômica da população”.
Segundo o professor Bruno Castro, um dos pesquisadores do projeto, estão envolvidos nesse trabalho oito estudantes da graduação em Geografia, que atuam na coleta diária dos números da covid-19 por município, e seis docentes do colegiado do curso.
“A dinâmica de chegada e expansão da doença se difere de uma cidade para outra. Poderíamos apresentar inferências mais incisivas se houvesse a divulgação das medidas que estão sendo adotadas pelos gestores de cada município pesquisado, mas infelizmente isso não tem acontecido”, avalia Bruno, adiantando que já estão previstas novas edições do boletim.
Papel político e colaborativo da UNEB
Apoiador do projeto, o diretor do DEDC, Jean Santos, considera que “o Geoinforme sobre a covid-19 vem cumprir uma importante demanda requerida pela população sisaleira e posiciona o papel político e colaborativo da UNEB, por intermédio do Campus XI, no Território do Sisal”.
“Esse projeto contribui efetivamente para que os 20 municípios do território tenham um referencial científico para pensar as políticas públicas neste período crítico de crise sanitária, econômica, social, política e ambiental”, ressalta o diretor.
Na avaliação da docente Josianne Lima, que integra o grupo de pesquisadores, “desenvolver o Geoinforme tem sido uma tarefa desafiadora, pois estamos trabalhando com dados que expressam o sofrimento humano – explicar a realidade é vocação para nós, geógrafas e geógrafos”.
A relevância do projeto também é destacada pela estudante Istefani Santos, do quarto semestre do curso: “Estamos realizando um importante trabalho coletivo, que vem auxiliar no levantamento de informações sobre essa doença, fazendo um comparativo e analisando os dados quinzenalmente. Um dos nossos objetivos é manter a comunidade acadêmica ciente da situação no contexto atual”.
Analisando dados referentes aos meses de março a agosto deste ano, a primeira edição do boletim informa que, desde o primeiro caso confirmado da covid-19 no Território do Sisal no final de março, de acordo com a Secretaria estadual da Saúde (Sesab), verificou-se uma evolução ascendente no número de casos da doença até o final de agosto. “Diferente do que ocorreu na capital do estado, Salvador, a estabilidade ou o platô da evolução do número de casos no Território do Sisal ainda não aconteceu”.
Acesse aqui boletim Geoinforme n° 01
*Com colaboração de Juliana Melo/Núcleo de Comunicação, DEDC/Campus XI. Imagem: Divulgação