Toda a população baiana foi orientada pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) a fazer uso de máscaras faciais para evitar a contaminação e disseminação do novo Coronavírus (COVID-19).
A indicação anterior era de que apenas profissionais da saúde, pessoas infectadas ou que tiveram contato com pessoas contaminadas deveriam utilizar frequentemente o equipamento.
Mas, para usar a proteção facial é preciso tomar alguns cuidados. O infectologista e professor do curso de Medicina da UNEB, Claudilson Bastos, orienta sobre a utilização correta da máscara.
“É fundamental higienizar as mãos com água e sabão ou álcool em gel antes de usar o equipamento. Ao pegar na máscara, deve-se manuseá-la na parte externa e não na parte interna, onde vai encostar no rosto”, explica o docente.
Ainda de acordo com o pesquisador, é necessário colocar o equipamento de modo a cobrir nariz e boca: “Uma vez colocada a máscara, o rosto e a proteção não devem ser tocados, pois pode-se transmitir o vírus através das mãos”.
Proteção contra o vírus
Com o crescimento diário dos casos confirmados de COVID-19, a grande procura por máscaras descartáveis criou dificuldades para a aquisição dos produtos descartáveis.
A situação inspira cuidados, sobretudo, para as instituições de saúde, já que os profissionais estão em contato direto com as pessoas infectadas. Assim, a Sesab, e também o Ministério da Saúde, orientaram a população para a produção caseira de máscaras de proteção (assista às dicas para produção e utilização).
Segundo o professor Claudilson Bastos, a máscara de tecido ou artesanal serve como bloqueio mecânico para proteção contra o Coronavírus: “Se uma pessoa tossir próximo a você e ela estiver utilizando máscara, forma-se uma barreira de proteção para que o vírus não seja transmitido por vias aéreas ou pela boca”.
O infectologista lembra que qualquer proteção facial deve ser usada por um período de 2h ou 4h, no máximo. As máscaras de tecido ou artesanais podem ainda ser lavadas, sempre com água e sabão.
“Apenas o uso das máscaras não é suficiente para impedir a contaminação. Podemos pegar o vírus por contato também, por isso é imprescindível higienizar as mãos e manter o distanciamento social“, reforça o docente.
Produção de máscaras artesanais
As artesãs do Coletivo de Arte e Cultura do Cabula (Cultarte), que desenvolvem ações no Projeto Turismo de Base Comunitária no Cabula e Entorno (TBC), da UNEB, utilizaram o domínio de técnicas e a critividade para lidar com as imposições deste período de distanciamento social.
Integrante do Cultarte, Diva Nunes elabora peças artesanais em tecido. Após as orientações do órgãos de saúde, ela passou a produzir máscaras e porta álcool em gel.
“Assim que a transmissão do coronavírus começou a aumentar e provocar mobilizações na mídia, percebi que essa seria uma necessidade das pessoas. Como foi indicado o uso das máscaras, acredito que estou colaborando com a comunidade na proteção contra a doença”, afirma a artista.
Aos 68 anos, Diva cumpre o isolamento social e, ao mesmo tempo, trabalha todos os dias em sua casa, na produção das peças. Os acessórios são produzidos em tecido 100% em algodão. Interessados podem realizar encomendas por telefone ou via WhatsApp: (71) 99656-8844.
O Coletivo de Arte e Cultura do Cabula (Cultarte) é composto por artesãs residentes nas localidades que compõem o antigo quilombo do Cabula. Elas passaram a se organizar após diagnosticarem demandas comuns, sobretudo, no mercado produtivo.
Fotos: Danilo Cordeiro/Ascom e Arquivo Pessoal/Diva Nunes