Nádia Virginia
Escritora e professora da UNEB
Colaboradora do Núcleo de Audiovisual da Assessoria de Comunicação (Ascom) da UNEB
Os clichês são a escolha fácil para explicar coisas, às vezes, muito complexas. E, cá entre nós, tem gente que abusa dos clichês! Mas, e se eles, no fundo, quiserem dizer muito mais do que o abuso e o desgaste da repetição infinita os esvazia de sentido?
Hoje, o meu dia começou muito diferente do que o previsto. Será que daria conta de olhar nos olhos de cada pessoa que passasse por mim? Será que saberei sorrir e dizer bom dia? E ainda teria concentração bastante para recomendar fortemente que comparecessem ao “Ato Público em Defesa da Universidade Pública e Popular” em comemoração aos 35 anos da UNEB? É que uma das minhas funções será distribuir panfletos na entrada de pedestres aqui no Campus I.
Está cada vez mais difícil convencer as pessoas a acreditarem no que você diz, no que você defende e luta todos os dias. Convidar a Comunidade Universitária da UNEB a pararem as atividades administrativas e acadêmicas por duas, três horas para se juntarem para “lutar e resistir por uma universidade pública e popular”, para alguns, soa deslocado, fora de hora. Mas, quando então seria uma boa hora? Ouvi dizerem até que um ato como o que estamos realizando não pode ser entendido como uma ocasião de aprendizagem.
Democraticamente, me dou o direito de pensar diferente. No meu tempo de estudante universitária nunca distribui panfletos, nunca fiz discurso. A timidez me paralisava. Hoje, dia 6 de junho de 2018, distribuí muitos panfletos olhando nos olhos de cada pessoa. Sorri, disse bom dia e esclareci dúvidas relativas ao evento. Só não fiz, nem vou fazer discurso. O tempo passou, eu mudei. E, mais que tudo, tenho plena certeza de que a vida é mesmo uma escola.
O meu dia já começou me ensinando muita coisa. Imagino o que vou aprender com a aula de democracia, universidade pública e popular ao vivo no Teatro da UNEB hoje, a partir das 14h horas?