Hércules Andrade
Rafaela Landim
Núcleo de Jornalismo
Assessoria de Comunicação
Segundo dados de pesquisa realizada pelo Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mais de 30 mil escolas no campo foram fechadas nos últimos 15 anos.
A informação foi apresentada pela professora Célia Regina Vendramini, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), durante a Conferência Educação, Trabalho e Movimentos Sociais do Campo, que integrou o Encontro Baiano de Educação do Campo: trabalho, contra hegemonia e emancipação humana, realizado entre os dias 17 e 18 de agosto, no Campus I, em Salvador.
“A política educacional hoje é a de padronização das escolas, com a criação de ranking definidos por avaliação, ou seja, as escolas que não conseguem atingir o nível estabelecido, são fechadas. Essa lógica reduz e dificulta o acesso dessas pessoas à educação”, explicou a docente Célia Regina.
Encontro Baiano de Educação do Campo
O encontro teve como objetivo reunir os sujeitos sociais envolvidos com a discussão da Educação do Campo, com vistas a socialização das produções acadêmico-científicas, relatos de experiências em espaços escolares e não-escolares seja no campo do ensino, da pesquisa e da extensão.
A mesa de abertura do evento foi presidida pelo reitor José Bites de Carvalho.
“A UNEB se diferencia por ser uma Universidade multicampi, essa é uma questão fundamental num estado grande como a Bahia. Existe uma demanda por formação de profissionais qualificados nas mais diversas áreas. O primeiro passo para definirmos a universidade como inclusiva é tornar a educação superior acessível para todos”, pontuou o reitor.
Também participaram da mesa, representantes de movimentos sociais e sindicais, do Fórum de Educação do Campo, e da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), além de autoridades políticas, como o secretário de Desenvolvimento Rural (SDR), Jerônimo Rodrigues.
“Esse evento representa para nós um momento de encontro de vários sujeitos da educação do campo, desde professores, pesquisadores, estudantes, da educação básica e superior, movimentos sociais e sindicais e outras instituições sociais, com o objetivo de debater a problemática da educação do campo, na atualidade e fortalecer esse movimento visando construir um novo projeto de educação para os povos do campo, considerando a educação como espaço estratégico na construção de outro modelo de desenvolvimento para o campo e para a sociedade em geral”, ressaltou a professora Rosana Rodrigues, coordenadora do evento.
Extensa programação
A programação do encontro reservou mesas-redondas, conferências, apresentações culturais e apresentações de trabalhos.
Osias Hermes, pesquisador do tema: Política de Desenvolvimento Territorial, bolsista CNPQ do Projeto Núcleo de Pesquisa e Extensão em Desenvolvimento Territorial, do Território de Irecê, apresentou o trabalho Educação do Campo e Desenvolvimento Territorial. “Encontros como esse propõem ações integrativas que aproximam as pessoas envolvidas nos processos educativos permitindo o compartilhamento de vivências e de conhecimento”, afirmou.
O evento contou ainda com uma feira agroecológica, que expôs a produção de produtores ligados a movimentos sociais e sindicais. Entre os expositores estavam representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento dos Trabalhadores Assentados, Acampados e Quilombolas (Ceta).
Durante o evento foi construído um manifesto em defesa da educação do campo, pela reforma agrária, pela democracia e contra o golpe.
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Fotos: Cindi Rios e Juliana Cardoso/Ascom