O Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Ensino de Geografia (Gepegeo) do Departamento de Ciências Humanas (DCH) do Campus VI da UNEB, em Caetité, desenvolveu o Relatório de Pesquisa: Os desafios de ser professor (a) durante a pandemia da Covid-19 na Bahia.
A iniciativa, que tem como objetivo investigar a situação dos professores durante a pandemia da Covid-19 no estado, envolveu 20 pesquisadores das áreas de Pedagogia, Geografia, História, Biologia e Letras.
A pesquisa, realizada entre os meses de maio de 2020 e fevereiro de 2021, teve participação de 1.082 docentes do Brasil, sendo 724 profissionais baianos, que atuam na educação infantil, ensino fundamental e médio, das redes públicas e privadas, no âmbito municipal, estadual e federal.
“Durante a pandemia, os integrantes do Gepegeo sempre debateram o papel dos professores e da educação. Falamos muito sobre a pressão que as escolas e professores têm recebido para retorno presencial, então pensamos, vamos ouvir o que eles têm a dizer sobre esse momento pandêmico. Reunimos pesquisadores (doutores, mestres e graduandos) da UNEB e elaboramos um questionário online que foi distribuído para os docentes”, detalhou um dos coordenadores da pesquisa e professor colaborador do Programa de Pós-graduação em Ensino, Linguagem e Sociedade (PPGELS) da UNEB, Glauber Barros.
A pesquisa foi desenvolvida em uma perspectiva social que buscou compreender a situação dos docentes, entendendo os diversos recortes como saúde, trabalho docente, tecnologias e gênero.
Resultados da pesquisa
De acordo com o estudo, os professores, em sua maioria, afirmaram que estão trabalhando com atividades remotas desde o início da pandemia. A grande maioria, 99% dos entrevistados, não receberam nenhum tipo de apoio financeiro, tecnológico ou psicológico de seus gestores ou patrões, durante o período pandêmico.
Outros 44% disseram não se sentir apoiados pela escola em que trabalham, o que mostra que a maioria têm desenvolvido ensino remoto por conta própria. Cerca de 78% dos profissionais que responderam a pesquisa, declararam não ter recebido nenhum tipo de formação para o ensino remoto e tiveram que aprender fazendo por conta própria. Desses, 35% buscou ajuda de outras pessoas, pois afirmaram ter dificuldades em usar as tecnologias.
Em outro dado, 85% dos professores baianos que responderam à pesquisa são mulheres, profissão em que o universo feminino tem predominância.
Em uma parte do estudo, 88% das professoras disseram que na pandemia o trabalho doméstico aumentou muito, sendo que 79% das que tinham filhos em idade escolar eram elas que acompanhavam os estudos e ensino de seus filhos, ou seja, apenas 9% recebiam apoio do companheiro nessa parte do isolamento.
“O relatório expõe as angústias dos professores na pandemia e, de certa forma, serve para denunciar como está se delineando o ensino remoto e a educação. Os profissionais não estão sendo ouvidos e enfrentam a intensificação e precarização do trabalho, além da exclusão de alunos e docentes. São impactos que ocorrem sem precedentes e de maneira desanimadora para a educação no pós-pandemia”, frisou a também coordenadora da iniciativa e pós-doutoranda do PPGELS da universidade, Ana Luiza Salgado.
O relatório traz 116 gráficos com os mais diversos resultados e temas abordados pela pesquisa.
Confira aqui a íntegra do Relatório de Pesquisa: Os desafios de ser professor (a) durante a pandemia da Covid-19 na Bahia.