A Universidade do Estado da Bahia (UNEB) foi institucionalizada em 1º de junho de 1983, fruto da mobilização popular e de uma visão vanguardista de interiorização do ensino superior. Na última segunda-feira, a sua comunidade celebrou, de maneira diferente, os seus 37 anos de compromisso com a Ciência e com o desenvolvimento social brasileiros.
Houve aqueles que estiveram na linha de frente do combate ao novo Coronavírus. Outros ofereceram ajuda aos mais vulneráveis a essa pandemia, ou planejaram e executaram ações administrativas, de ensino, pesquisa, extensão e inovação de modo presencial ou remoto.
Todos eles, cientes ou não, celebraram a UNEB, já que foram transformados por essa instituição e a continuam transformando. Assim, o que tem se modificado são as realidades do estado da Bahia. Em sua multicampia, a universidade hoje está em todos os territórios de identidade baianos, com 25 campi e em diversos polos, programas e projetos.
“Os desafios ainda são muitos. Mas, neste momento, mais do que nunca, é importante agradecer a toda a comunidade unebiana: estudantes e servidores que se empenham diariamente na construção dessa universidade comprometida com o desenvolvimento do nosso Estado”, destaca o reitor, José Bites de Carvalho.
São 37 anos de muita luta, de inúmeros desafios e de relevantes conquistas. A sua história se confunde com a do ensino superior no estado, e o seu compromisso continua sendo pela garantia de uma universidade pública, gratuita, de qualidade, diversa e popular.
O papel da Ciência!
Especialmente frente à pandemia da Covid-19, a universidade pública reafirma o seu caráter transformador e a importância da produção científica para o combate às atuais crises sanitárias e de saúde pública, assim como para o desenvolvimento local, regional e nacional.
Ciente disso, a comunidade acadêmica da UNEB tem empreendido esforços em todos os cantos da Bahia. Em vários campi, impressoras 3D trabalham incessantemente sob orientação de especialistas para o desenvolvimento de equipamentos de proteção individual (EPI).
Muitos estudantes e professores utilizam seus telefones e computadores para monitorar pacientes com sintomas da Covid-19, ou se articulam para arrecadação e distribuição de cestas básicas para pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Colaborações também têm sido ofertadas para o funcionamento dos abrigos de campanha do Governo do Estado ou para a compreensão do momento vivido, através de lives, eventos virtuais e videoconferências.
Há ainda edital específico para contemplar projetos de enfrentamento à pandemia, como também deliberações institucionais para a garantia do trabalho remoto. Diante de uma demanda inédita por isolamento social, a comunidade da UNEB passou a contar com acolhimento psicológico.
Veja as ações desenvolvidas pela UNEB frente à pandemia da Covid-19
A universidade tem, dessa forma, atuado de forma importante, criando ações que buscam atenuar a escalada da contaminação. Ainda assim, os boletins epidemiológicos da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) mostram a progressão da doença no estado e revelam milhares de pessoas enlutadas pela perda de familiares e amigos.
Por isso, a UNEB manterá por sete dias, até 8 de junho, a bandeira da universidade hasteada a meio-mastro em todos os seus campi. A medida consiste em um ato de solidariedade e respeito à dor das famílias baianas que perderam seus entes queridos, sem poder render-lhes as devidas homenagens.
Universidade pública e popular
Ao ampliar, nessas quase quatro décadas, o seu fazer para além da sua vocação primeira – a formação de professores-, a instituição tem também fortalecido a interiorização da pesquisa, através da consolidação de Programas de Pós-Graduação em diferentes cidades do estado.
Mobilização que reforça a tendência institucional vanguardista, já comprovada pela seu funcionamento multicampi e, sobretudo, quando da criação do sistema de cotas para negros e negras, hoje ampliado com reserva de sobrevagas para indígenas e outras populações historicamente sem acesso ao ensino superior.
“A UNEB é um patrimônio do povo baiano. A partir do desenvolvimento da pesquisa, do ensino de graduação e pós-graduação e da extensão universitária, ela se consolida como uma instituição promotora de direitos sociais e humanos, de respeito à diversidade e de desenvolvimento da Ciência não só para o estado, como para o Brasil”, ressalta o secretária da Educação (SEC-BA), Jerônimo Rodrigues.
Associada à política de cotas, a UNEB criou programas próprios destinados à assistência estudantil, bem como iniciativas junto ao Governo do Estado para a garantia não somente do acesso desses indivíduos à educação superior, como também de meios para a sua permanência.
Esse projeto de vanguarda, que segue ainda em curso, ampliou a interlocução da universidade com as comunidades locais, interação estreitada por meio de ações de extensão e através da criação de projetos sociais pela universidade.
Comprometida com a democratização da educação superior, a instituição mantém-se entre as parceiras do projeto Universidade para Todos (UPT), da SEC-BA, que prepara estudantes ou egressos da rede pública para vestibulares e para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Durante esse período de isolamento social, a iniciativa desenvolveu a plataforma aberta e gratuita UPT/UNEB – Estudante em Casa, com conteúdos especialmente desenvolvidos para auxiliar pré-vestibulandos que possuam dispositivo com acesso à internet.
“Celebrar os 37 anos da UNEB é necessário para reconhecer a contribuição da maior universidade pública do Norte e Nordeste para a formação de professores e para o fortalecimento das condições de melhoria de vida de milhares de jovens, que tiveram a oportunidade do acesso à educação superior a partir da sua implantação nos mais diversos territórios da Bahia”, destaca o coordenador executivo de Projetos Estratégicos da SEC-BA e professor da instituição, Marcius Gomes.
Diante de todos os desafios impostos pela atual conjuntura, a UNEB mantém-se firme e segue fazendo a diferença em todos os cantos do estado, pautada pela atenção à saúde e à segurança dos seus públicos, com a regulamentação do seu Plano de Ação para o enfrentamento à pandemia da COVID-19 (Resolução CONSU Nº 1.406/2020), e com os trabalhos para o desenvolvimento de documentos norteadores para a superação do período pandêmico.
Imagem (home): Arte de Adriano Reis/Ascom